Cerca de meia centena de pessoas manifestaram-se este domingo (17 de outubro), em Viseu, contra os sucessivos aumentos do preço dos combustíveis, criticando o “assalto fiscal” de que estão a ser alvo os portugueses.
“Mãos ao alto, isto é um assalto”, gritaram os manifestantes.
Ao som de cornetas e com faixas nas mãos a exigir “combustível mais barato” e “menos impostos, mais mobilidade”, as cerca de 50 pessoas – algumas das quais levando no rosto uma máscara do primeiro-ministro, António Costa - caminharam pela Avenida da Europa para mostrar a indignação.
Uma das manifestantes disse aos jornalistas que já não aguentava ficar sentada no sofá “a ver o crescimento dos impostos em catadupa”, sem que haja uma “perspetiva de crescimento económico” de Portugal.
“Apenas estão a sustentar-se em impostos e mais impostos para nos levar à pobreza”, lamentou, lembrando que, numa zona do país como Viseu, em que os transportes públicos “são muito deficitários”, quem precisa “trabalhar para conseguir sustentar a família tem mesmo que se deslocar numa viatura própria”.
Do mesmo se queixou outro manifestante, que vive em Viseu e trabalha em Tondela. “Quem se desloca todos os dias cerca de 30 quilómetros para ir trabalhar, corresponde a quase 200 euros de gasóleo, em que só 120 euros são para o Estado e isso é insuportável”, frisou.
A manifestação foi convocada pelo núcleo de Viseu da Iniciativa Liberal, mas pretendeu ser apartidária, até porque “não há ninguém que fique muito agradado de 60% do preço que paga por um litro de combustível ser uma fatia para o Estado”, disse aos jornalistas o coordenador, Sérgio Figueiredo.
Na opinião de Sérgio Figueiredo, o anúncio da redução da taxa do imposto sobre produtos petrolíferos (ISP) aplicável à gasolina e ao gasóleo de pouco valeu
“Toda a gente consegue entender que aquilo de boa vontade não tem nada. Porque se fosse de boa vontade não eram dois cêntimos, nem era depois de se levantar uma onda de protestos. É atirar areia para os olhos, é tirar dois cêntimos de um lado, para depois aumentar no outro”, frisou.
Neste âmbito, depois da manifestação de domingo, poderão vir a ser marcadas outras, avisou.