A Câmara Municipal de Tondela vai candidatar as construções de pedra seca da Serra do Caramulo ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI).
Dos muros que delimitam terrenos agrícolas, às construções de palheiros e espigueiros no espaço rural, dos aglomerados habitacionais nos centros das aldeias, às levadas, passando pelos caleiros.
“Como forma de dominar a natureza, desde tempos imemoriais que o homem teve necessidade de retirar pedra da serra para ter terrenos de plantio. As pedras retiradas dos solos foram a matéria-prima para a organização social: casas de habitação, cortes para o gado, estradas, muros de delimitação de propriedades, eiras, pérgulas para as vinhas, canadas para domarem as águas”, explica a presidente da Câmara, Carla Antunes Borges.
“Sem outro recurso além da pedra, as comunidades ergueram os lugares, as aldeias e as vilas e muitas destas construções centenárias chegaram até aos nossos dias. Não basta colocar pedra sobre pedra. Há um saber fazer na forma como se escolhem as pedras e como se colocam umas sobre as outras”, evidencia a autarca.
De acordo com a autarquia, as construções de pedra seca, muitas delas seculares, desempenham ainda hoje um papel determinante na prevenção de deslizamentos de terras, inundações e avalanches, e no combate à erosão e desertificação da terra, aumentando a biodiversidade e criando condições microclimáticas adequadas para a agricultura.
“A preparação desta candidatura a património imaterial visa reforçar a importância das nossas comunidades, bem como o papel de Tondela como município apostado na defesa e valorização do seu património e na vanguarda das boas práticas ecológicas e da sustentabilidade ambiental”, acrescenta Carla Antunes Borges.