Um pano de linho de Múceres que saiu das mãos de Caridade Henriques, uma idosa que integra a Associação das Mulheres Agricultoras de Castelões (AMA Castelões), do concelho de Tondela, e que resultou de uma sementeira realizada pelos seus antepassados, foi usado na criação de um par de sapatilhas.
De acordo com a autarquia tondelense, o calçado foi desenvolvido na oficina “BioShoes Creators: Materiais Naturais com História” realizada, em meados de janeiro, no Centro Tecnológico de
Calçado Português (CTCP) e que foi coordenada por Pedro Carvalho de Almeida, designer de comunicação, professor de design na Universidade de Aveiro (UA) e investigador do ID+.
Dois exemplares das sapatilhas com linho de Múceres foram entregues na tarde desta terça-feira (06 de fevereiro), na sede da AMA Castelões, em Múceres, num momento que contou com a participação de João Carlos Figueiredo, vice-presidente da Câmara de Tondela, de Maria José Ferreira, diretora de investigação e qualidade do CTCP e de vários investigadores da
UA.
João Carlos Figueiredo falou num “dia feliz” para o concelho de Tondela, agradecendo a presença da dirigente do CTCP no território. O também vereador com o pelouro da Cultura elogiou
ainda todo o trabalho realizado pelas mulheres que integram a AMA Castelões e que mantém viva a tradição do ciclo do linho, da terra ao pano. “Temos um enorme admiração e respeito pela vossa dedicação a esta atividade ancestral que tem uma identidade tão forte no nosso território. Da parte do município podem contar com a nossa disponibilidade e colaboração para continuarmos a caminhar juntos”, garantiu.
Além do Linho de Múceres, na “BioShoes Creators: Materiais Naturais com História” foram também criadas sapatilhas a partir de desperdícios de burel provenientes de uma oficina realizada no último verão no CEISCaramulo no âmbito do laboratório experimental de design UA.LABDESIGN “Pela Alma do Linho”, promovido pela UA e pelo Município de Tondela.