O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, considera estarem reunidas “todas as condições para que se comece, de uma vez por todas”, o processo da regionalização e defendeu que o referendo deve acontecer em meados de 2023.
“Estamos na presença, pela primeira vez, de um conjunto de vontades que convergem no mesmo sentido: de que a regionalização é necessária”, afirmou à agência Lusa o autarca social-democrata, que foi presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) entre 2002 e 2013.
Segundo a Lusa, Fernando Ruas lembrou que a ANMP “há muito que se mostrou favorável à regionalização” e que, nas conclusões dos seus congressos, sempre apelou a que se desse início ao processo.
“Agora, vejo as principais figuras unidas em torno deste desígnio, embora divirjam no aspeto temporal”, acrescentou.
Durante o último congresso da ANMP, o primeiro-ministro prometeu organizar um novo referendo sobre a regionalização em 2024. O Presidente da República afirmou que “só em circunstâncias muito excecionais recusaria” convocar um referendo com “aprovação parlamentar”.
Na opinião de Fernando Ruas, não há necessidade de arrastar a realização do referendo para 2024, porque os motivos invocados não são “assim tão substantivos”.
O antigo eurodeputado disse que os anos passados desde o referendo de 1998 deram para perceber que Portugal é “o país mais centralizado da União Europeia” e que não ganhou nada com isso.
“Todos os países que entraram depois de nós no espaço europeu e que gozam de uma descentralização efetiva ultrapassaram-nos no seu processo de desenvolvimento. Portanto, eu penso que está mais do que provado que nós precisamos da regionalização”, realçou.
Fernando Ruas continua a defender a existência de cinco regiões plano, que permitiria combater as assimetrias “entre as regiões ditas ricas e as regiões pobres do interior”.