A Plataforma Já Marchavas acusa a Câmara Municipal de Viseu de continuar a recusar hastear a bandeira oficial LGBTQIA+, recorrendo à repetida justificação de não o fazer por “questões protocolares” e por “questões técnicas”.
Em comunicado, o movimento refere que outros municípios que usaram esta narrativa, acabaram por hastear e até iluminar a fachada do edifício dos Paços do concelho com as cores da bandeira. “Acreditamos que também o município de Viseu chegará à mesma conclusão”, refere.
A Plataforma Já Marchavas reuniu em maio com a vereadora da Cultura e Ação Social, Leonor Barata, no sentido de propor várias iniciativas ao município que viabilizassem as questões de não discirminação de género e orientação sexual. Uma delas foi o convite ao município de Viseu em hastear a bandeira no passado dia 17 de maio (Dia Internacional contra a homofobia, transfobia e bifobia), o que, segundo a Plataforma, desde logo recusou por “razões protocolares”, salientando a existência de outros espaços municipais mais adequados. A bandeira terá sido hasteada no Teatro Viriato.
A segunda proposta visava assinalar o mês do orgulho, em particular realizar algumas iniciativas no dia 28 de junho, sendo uma delas hastear a bandeira num dos espaços camarários. “Sendo apresentadas várias propostas pela vereadora, entre as quais a Casa Amarela e outros espaços museológicos, o executivo acaba por recusar a proposta de dinamização de uma programação que assinalasse este dia desculpando-se com a intensa programação da rede de museus municipais”, conta.
Outro dos objetivos discutidos na reunião, em maio, foi a urgência em construir o Plano Municipal LGBTQIA+.
Segundo o movimento Já Marchavas, o município viseense justifica-se com a já existência de um Plano Municipal para a Igualdade e que bastaria esse para avaliar todas as formas de discriminação interseccional no conselho.
“A Plataforma tem tentado, como sempre, uma postura de diálogo e cooperação com a Câmara de Viseu, mas esta teima em usar as mesmas desculpas para não se demarcar quanto à visibilidade das formas de violência que pessoas LGBTQIA+ estão sujeitas todos os dias, não só em Viseu, como no país e na Europa”, explica no comunicado, acrescentando que a Câmara Municipal persiste em ter uma postura conservadora, sem querer dialogar e ouvir as reivindicações das pessoas LGBTQIA+.
A Plataforma Já Marchavas promove no dia 14 de outubro, deste ano, a 6.ª Marcha de Viseu Pelos Direitos LGBTQIA+, sob o mote “Pela justiça interseccional, contra a opressão estrutural”.
Foto: LGBTI Viseu