Quase três anos depois, o Ministério Público (MP) arquivou o processo que foi instaurado ao antigo presidente da Câmara Municipal de Nelas, José Borges da Silva. O ex-autarca, eleito pelo PS, foi investigado pela Polícia Judiciária (PJ) depois de denúncias anónimas por alegados crimes de corrupção, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes e peculato durante os mandatos de 2013 a 2021.
Em investigação estiveram os protocolos de cooperação entre a Câmara de Nelas e empresas para o desenvolvimento industrial e criação de emprego (como a “Borgstena” de Nelas, a “Aquinos” de Tábua, a “Engenho” e “Ruivos” de Lisboa), a alegada limpeza de terrenos particulares do presidente, a adjudicação de obras de mais de cinco milhões de euros aos construtores “Irmãos Almeida Cabral” de Viseu e a outras empresas, a reparação de viaturas de funcionários nas oficinas da autarquia, a compra de materiais, a aquisição de uma viatura para a Universidade Sénior e a utilização de um veículo da autarquia para fins pessoais.
Entendeu o Ministério Público que “não existem nos autos elementos bastantes que permitam concluir, com o mínimo de segurança, que o arguido cometeu os factos que lhe são imputados de forma a poder ser deduzida uma acusação contra o mesmo”.