O Museu do Caramulo tem patente, até dia 05 de maio do próximo ano, a exposição Feito à Mão. A mostra conta com cerca de 150 peças tridimensionais da Colecção Pedro Moura Carvalho, a vasta maioria das quais nunca antes exposta. Segundo o Museu do Caramulo, inclui peças Arte Nova, Arte Déco, e outras inspiradas em movimentos artísticos como o surrealismo, brutalismo e o abstraccionismo, nomeadamente o geométrico e o figurativo. Apresenta-se cronologicamente e cobre o período entre o final do século XIX e o início do presente.
"Para além de núcleos inevitáveis, como os dedicados à chamada louça das Caldas, com exemplares de Rafael Bordalo Pinheiro e Costa Mota Sobrinho, e ao artesanato com peças de Rosa Ramalho e Mistério, inclui outros menos usuais como o dedicado aos escultores, nomeadamente Diogo de Macedo e Teixeira Lopes, que também empregaram argilas para a realização de estudos e obras. Notos ceramistas como Jorge Barradas, Querubim Lapa, Manuela Madureira e Luís Ferreira da Silva estão presentes com peças representativas das mais importantes fases das respectivas carreiras", explica.
"Mais invulgar é o conjunto de obras realizadas por alguns dos mais notáveis artistas plásticos nacionais que em determinados períodos, principalmente nas décadas de 1950 e 1960, encontraram também na cerâmica o meio ideal para se exprimirem. Entre estes contam-se Alice Jorge, António Quadros, Canto da Maya, Victor Palla, António Pedro, Francisco Relógio, Júlio Resende, Rogério Ribeiro, e Jorge Vieira", acrescenta o espaço museológico.
A exposição é também uma forma de o Museu do Caramulo e o coleccionador se juntarem às comemorações dos 50 anos da morte de Pablo Picasso (1881–1973), expondo um pequeno núcleo de peças que revelam a contínua influência do genial criador em obras de períodos posteriores, já que o catalão revolucionou a história de arte também ao nível da cerâmica.
Um catálogo com um ensaio original e amplamente ilustrado acompanha esta exposição.
Foto: Museu do Caramulo