Através de uma publicação na rede social Facebook, José Tomás, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mangualde desde 2015, toma uma posição sobre o seu pedido de demissão do cargo. Decisão que foi conhecida na quinta-feira, (10 de fevereiro).
O provedor demissionário refere-se à carta anónima que terá sido enviada para várias instituições e também para a Procuradoria Geral da República, “com teor altamente difamatório e grave sobre a ação do Provedor e da sua Mesa Administrativa, no que diz respeito a alguns procedimentos administrativos relacionados com custo decorrentes da função do provedor”, diz.
José Tomás considera que se trata de uma “manobra baixa que não corresponde a qualquer verdade mas que produz exatamente aquilo que os seus autores pretendem, a difamação, o desgaste e o afastamento das pessoas”. Acrescenta que “o processo terá de decorrer nas instâncias próprias, para que aí se apure toda a verdade. O tempo trará todas as respostas”.
O provedor que na quarta-feira (09 de fevereiro) apresentou a demissão faz, na publicação, uma descrição do trabalho que desenvolveu na instituição nos últimos sete anos.
“Ser hoje Provedor da Misericórdia de Mangualde é enfrentar grandes desafios, sendo os mais relevantes, e todos correlacionados, a sustentabilidade da própria instituição, a implementação de um sistema de Gestão da Qualidade, o desenvolvimento de conceitos e instrumentos de gestão, aplicáveis ao mundo empresarial, mas com as adaptações que a especificidade e natureza da nossa Misericórdia exigem”, refere acrescentando que “dirigir, hoje, a Misericórdia de Mangualde é gerir uma realidade complexa”. “Esta complexidade advém do crescimento e desenvolvimento exponencial que a Instituição sofreu nos últimos anos, transformando-a numa das maiores empresas de Mangualde, que cria cerca de 160 postos de trabalho, que gere cerca de quatro milhões de euros de orçamento, que presta diariamente serviços de saúde e ação social a cerca de 250 utentes”.
José Tomás refere-se também ao valor fixo mensal de 400 euros que recebe e que como diz, foi do entendimento da Mesa Administrativa. “O exercício das funções de provedor nestas condições tem custos associados que devem ser suportados pela Instituição, nomeadamente os de representação e de deslocação e telemóvel. Foi este o entendimento da Mesa Administrativa quando deliberou atribuir-me um valor fixo mensal de 400 euros para despesas de representação e o pagamento das deslocações mediante o mapa mensal de quilómetros realizados, que também era sujeito, todos os meses, à aprovação da Mesa Administrativa para pagamento”.
Na publicação pode ainda ler-se que no exercício das funções de Provedor nos últimos sete anos “coloquei sempre os interesses e só os interesses da Misericórdia de Mangualde em primeiro lugar''. “Dediquei-me em exclusividade e com total profissionalismo a esta causa, que é tão nobre e me orgulho do trabalho desenvolvido e da obra feita. Em nada me arrependo do que fiz e do que dei a esta Instituição” escreve José Tomás.