A deputada do Chega, Rita Matias, acusa o Agrupamento de Escolas de Mangualde de não ter permitido a realização de um debate, na Escola Secundária, promovido por um grupo de alunos, no âmbito da iniciativa Parlamento dos Jovens, para o qual a mesma tinha sido convidada como representante do partido. A parlamentar acusa ainda a presidente do Conselho Geral da escola, Cristina Matos, de a ter chamado de “fascista”.
A deputada acabou por se manter em contacto com os alunos, mas do lado de fora da escola, depois de a iniciativa também não ter sido permitida na Biblioteca Municipal, como contou à Dão Digital o presidente da Comissão Política Distrital de Viseu do Chega, João Tilly.
Perante o que aconteceu, o Chega vai processar criminalmente a presidente do Conselho Geral da Escola Secundária de Mangualde. A GNR esteve no local, a pedido do Chega, tendo sido apresentada uma queixa-crime.
A Dão Digital contactou também a Câmara Municipal de Mangualde para esclarecer o facto de a iniciativa também não ter acontecido no auditório da Biblioteca Municipal. A autarquia confirmou a reserva do espaço e posterior cancelamento por parte do Agrupamento.
Do lado do Agrupamento de Escolas de Mangualde, a direção esclarece, em comunicado, que “nunca a direção recebeu qualquer comunicação, quer do partido “Chega”, quer da Assembleia da República, quer da própria deputada sobre a sua intenção em participar em qualquer atividade neste agrupamento de escolas, nem a sua intenção de efetuar uma visita ao mesmo. No comunicado pode ainda ler-se que “estando a sra. Deputada na entrada da escola sede deste agrupamento, acompanhada pela sua comitiva, não solicitaram nem demonstraram a esta equipa diretiva pretensão em entrar no espaço escolar, nem que mais não seja, para conhecer a escola e as suas dinâmicas”
A direção do Agrupamento de Escolas refere ainda que “quando se faz em termos de comparação, com a presença de outro deputado da nação, Dr. João Azevedo, relembramos que o mesmo esteve presente neste agrupamento no dia 08 de janeiro, no âmbito da atividade do parlamento dos jovens e por indicação da Assembleia da República”.
A Dão Digital contactou ainda a presidente do Conselho Geral, que, sem querer gravar declarações, confirmou a troca de palavras com a comitiva do Chega. Cristina Matos assumiu que disse que “estes partidos de índole fascista não deviam entrar na escola”. A presidente do Conselho geral acrescentou que também foi apelidada de “fascista e comunista” pela comitiva do Chega.
Foto: Facebook de Rita Matias