A lista do Bloco de Esquerda (BE) de Viseu percorreu o centro histórico de Viseu para identificar imóveis devolutos. A ação de sensibilização pelo direito à habitação, realizada esta terça-feira (13 de fevereiro), consistiu na colagem de cartazes em casas abandonadas ou degradadas com mensagens como “aqui podia morar gente”, “tanta gente sem casa, tanta casa sem gente”.
Juntamente com José Miguel Lopes, cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Viseu do BE, esteve também o ativista Vasco Barata, porta-voz da Chão das Lutas - Associação pelo Direito à Habitação.
Para o ativista, esta é “a realidade da maior parte das nossas cidades em Portugal e Viseu não foge à regra.”
O ativista diz ser necessário uma política pública de habitação, que Portugal esqueceu desde o 25 de Abril de 1974. “Criamos os serviços públicos de que tanto nos orgulhamos como a escola pública, a segurança social, o SNS, mas infelizmente esquecemos aquilo que é o primeiro direito essencial, que é as pessoas saberem que podem contar com uma casa onde viver ”.
Também Miguel Lopes reforçou que a crise da habitação não é exclusiva às duas grandes cidades de Portugal e que entre 2018 e 2022, “as rendas em Viseu aumentaram 54% nos novos contratos”, e que entre 2022 e 2023, “os aumentos das taxas de juro afogaram muitas pessoas que pagam os seus empréstimos com tremenda dificuldade. A generalidade do distrito não passa dos 2% de habitação pública, que é aliás a média nacional, a milhas da média europeia que é 12%”, refere.
Lembra ainda que há aumentos consideráveis e que falta oferta um pouco por todo o distrito.