A Assembleia da República (AR)aprovou esta sexta-feira (17 de setembro), por maioria, um plano para a despoluição do Rio Paiva e conservação do curso de água. Um tema que foi apresentado na AR como Projeto de Resolução pelo partido PAN, acompanhado de projetos semelhantes apresentados pelo CDS, PEV e BE.
"A Associação S.O.S. Rio Paiva congratula-se com esta votação histórica, uma vez que a despoluição do Rio Paiva é uma reivindicação com mais de duas décadas, durante as quais foram apresentadas centenas de denúncias de descargas poluentes, corte ilegal de vegetação ripícola, construção ilegal de infraestruturas nas margens e em terrenos protegidos, violação do caudal ecológico, entre outras, num rio que é atualmente classificado como 'Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000'", refere a associação em comunicado.
O projeto apresentado do PAN exige ainda que o Governo interceda, em parceria com a Câmara Municipal de Castro Daire, para que a nova ETAR do Arinho entre em funcionamento. Segundo a S.O.S Rio Paiva, a ETAR, que vai substituir a velha ETAR da Ponte Pedrinha, "encontra-se concluída há dois anos, sem que a Câmara de Castro Daire se pronuncie sobre o assunto e explique o motivo para o atraso na entrada em funcionamento daquele importante equipamento".
"Nos últimos anos, o Rio Paiva foi alvo de um investimento de largos milhões de euros em infraestruturas turísticas, com destaque para o município de Arouca, onde foram construídos os "passadiços do Paiva" e a ponte "365 Arouca" sobre o Rio Paiva, mas as questões relacionadas com a conservação, a poluição ou a regulamentação dos desportos de aventura, ficaram esquecidas pelo poder político, sem que fosse realizado um plano para determinar e minimizar os impactos do turismo na conservação deste rio, como foi proposto pela associação S.O.S. Rio Paiva antes do avanço destes investimentos", explica.
A associação acrescenta ainda que "há anos que a S.O.S. Rio Paiva defende um investimento mais sustentável, que proporcione aos turistas uma experiência positiva, em vez da situação atual que consideramos muito lesiva da conservação deste curso de água, porque não foram tomadas medidas para minimizar os impactos da pressão de um turismo de massas".
"Infelizmente, ao chegar ao Rio Paiva, os milhares de turistas e os praticantes de desportos de aventura, são confrontados com a poluição e a interdição da prática balnear, devido à contaminação preocupante das águas. Além disso, há graves problemas com a plantação de monocultura de eucalipto nas margens, destruição da galeria ripícola, avanço de espécies invasoras e problemas graves de seca em alguns troços do rio entre a nascente, em Moimenta da Beira, e o concelho de Castro Daire, fruto da construção de açudes e levadas (ilegais) que retêm a água sem respeitar o caudal ecológico, facto que já deu origem a várias denúncias, sem que nada fosse feito", conclui a associação S.O.S. Rio Paiva.